Briefing | Os media atravessam uma crise global, no entanto, o ECO atingiu o ponto de equilíbrio e cresceu 50% em receita em 2023. A que se deve esta performance?
Paulo Padrão | O crescimento superior a 50% das receitas, que totalizaram 2,5 milhões de euros, deveu-se a vários fatores. Desde logo, ao sucesso do projeto editorial, condição base, tendo em conta que o grupo ECO é, na essência, um conjunto de projetos editoriais. Por outro lado, do ponto de vista comercial, desenvolvemos, ao longo dos últimos quatro anos, uma estratégia de diversificação e especialização que vem sendo reconhecida pelo mercado.
Como conseguiram atingir o break even ao fim de sete anos? O que estava a faltar?
Em 2023, os vários projetos entraram em velocidade de cruzeiro, contribuindo, pela primeira vez, com um full impact para a receita. Apesar da aceleração dos custos, a performance do lado das receitas – acho que fomos o meio nacional que mais cresceu em 2023 – permitiu-nos entrar finalmente na zona de equilíbrio, do ponto de vista de rentabilidade operacional. E digo, finalmente, porque esse era um desígnio quase obsessivo que perseguimos desde o momento zero do projeto Swipe News – entidade que detém os títulos ECO, ECOseguros, Capital Verde, Advocatus, LocalOnline e +M.
Para nós, sempre foi clara a renúncia a uma espécie de destino crónico, atávico e inescapável de viver em zona de prejuízo, décadas após décadas, que parece caracterizar uma parte significativa dos meios em Portugal.
Quais foram os principais fatores de crescimento? E quais as áreas do ECO que se evidenciaram?
O conjunto de títulos da Swipe News são projetos editoriais vencedores e que se afirmaram no mercado e nas comunidades de leitores a que se destinam. Mérito de uma equipa editorial que, dificilmente, pode deixar de ser a melhor combinação de talento/experiência no atual panorama do jornalismo económico. Esta é a base de partida e de chegada por trás dos resultados que obtivemos.
Por outro lado, o modelo de gestão “enxuta”, sempre numa lógica sub-rightsizing do lado dos recursos, como que forçou as competências e os recursos instalados a uma melhor performance que os concorrentes. Repare-se que a área não editorial do ECO, ou seja, o lado comercial da estrutura, é composta por apenas cinco elementos –incluindo já o seu diretor-geral –, o que diz alguma coisa da elevada qualidade e competência da equipa.
Quais as ambições e perspetivas para 2024?
Em 2024, temos um plano de ação e crescimento assente em dois pilares: por um lado, otimizar a estrutura de custos a partir da base atual; e, por outro, aprofundar a capacidade de acrescentar novos formatos de proposta de valor para os nossos parceiros, através de novas linhas de negócio. Ou seja, dar sustentabilidade à trajetória de rentabilidade operacional num ano em que prevalece alguma incerteza e instabilidade, que acabam sempre por impactar os orçamentos de comunicação.
Carolina Neves