#ProvamosEAprovamos o Boca Linda, onde o México se serve sem estereótipos

Um restaurante mexicano sem estereótipos. É assim que o Boca Linda, em Lisboa, se apresenta.

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Mas, o que significa isso? Foi preciso provar para perceber. E, claro, conversar com o autor da expressão e fundador do espaço, o mexicano Alejandro Gonzalez Duran.

Alex – é assim que gosta de ser tratado – vive em Lisboa desde 2020. É advogado, especialista em Direito Constitucional, e casado com uma portuguesa, que conheceu quando ambos estudavam em Nova Iorque. A oportunidade de mudança surgiu quando a sua firma abriu um escritório na capital portuguesa. Mas, seria a oportunidade para algo mais, para concretizar um sonho que vinha sendo adiado – o de abrir um restaurante. Amadureceu a ideia e, na véspera do Natal de 2021, estava a fechar o negócio para o espaço na Rua Marquês de Abrantes, um espaço com um histórico na gastronomia, pois tinha sido casa do primeiro Alma, de Henrique Sá Pessoa.

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A abertura aconteceu a 1 de setembro de 2022. No entretanto, foi tempo de transformar o interior, concebido como uma gruta – o explica o rústico da pedra que enquadra as mesas. A ocupar o lado direito de quem entra, o destaque vai para o balcão, em que se servem cocktails – é que o tampo metálico está recortado como a linha do horizonte de uma cordilheira do México.

“Boca linda” foi o nome escolhido. Porquê? Alex responde que é assim que se fica – com um sorriso nos lábios – depois de se terem experimentado os sabores da sua cozinha, quando uma pessoa se sente depois de uma boa refeição, em que construiu e partilhou memórias.

Está explicado. E agora os estereótipos. O criador do Boca Linda entende que Lisboa precisava deste tipo de restaurante, que não fosse uma taquería, mas também não pendesse para o fine dining. Um restaurante de cozinha mexicana “autêntica e honesta”, que represente verdadeiramente a gastronomia do seu país. Uma gastronomia em que os sabores são transformados através dos condimentos.

Para esta missão, convocou um primo, o chef Marco Margain. E o best-seller do Boca Linda é, exatamente, a prova do poder dos condimentos: trata-se do pescado bicolor, que, no mesmo prato e com o mesmo peixe, propõe duas experiências diferentes – de um lado, molho de chili seco e, do outro, molho de coentros e salsa.

Começámos com um clássico – pico de gallo e totopos de la tierra. Porque não nos atrevemos ao guacamole com chapulines, isto é, com gafanhotos. Seguiu-se ceviche de pescado e tostada de atum, duas propostas frescas, ainda que, no segundo caso, com o contraste conferido pela tosta crocante. A degustação prosseguiu com uma quesadilha de camarão, seguida de duas alternativas de tacos – de pastor e de aranchera com queijo. Há pratos mais “sóbrios”, digamos assim, como o tutano, mas uma prova que pode ser “difícil”, como o próprio Alex reconhece. E, sobremesa? Não podia faltar, com a escolha a recair sobre pan de elote, isto é, bolo de milho. A acompanhar toda a experiência, cocktails da casa, em que não podia faltar a tradicional margarita. Para fazer um brinde ao Boca Linda.

 

Fátima de Sousa

Sexta-feira, 12 Maio 2023 12:40


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