Há momentos que não se explicam — apenas se sentem: uma gargalhada, um aroma ou um silêncio coletivo. Em 2026, os eventos deixam de ser meros encontros para se tornarem experiências com propósito, impulsionadas por Inteligência Artificial (IA), por escolhas sustentáveis e inclusivas, onde a gamification e os mundos imersivos unem o físico ao digital. Assim nasce a nova era dos WOW-moments, desenhados para inspirar e emocionar os participantes.
Este novo paradigma redefine as expectativas de todos. Hoje, quem participa num evento não procura apenas aprender ou socializar — procura sentir. Procura momentos que despertem algo, que criem ligações e memórias. E é aqui que a personalização inteligente se afirma como uma das grandes tendências para 2026. A (IA) já não é apenas uma ferramenta de apoio à logística: ela personaliza experiências, gera conceitos, recomenda conferências, festivais ou competições e permite que, posteriormente, os dados deixem de ser “quantos viram” para passarem a ser “como interagiram e o que sentiram” os participantes.
A sustentabilidade, a inclusão e a diversidade passaram a fazer parte da mandatory list de qualquer evento e são cada vez mais inseparáveis das marcas. O público exige decisões conscientes: desde materiais responsáveis a ações concretas para reduzir a emissão de carbono, passando pela acessibilidade que assegura que todos se sintam bem-vindos. Eventos que integram estas escolhas criam valor emocional e reforçam confiança — não por tendência, mas por compromisso com o futuro.
A gamification, outro WOW-moment, continuará a ser uma das ferramentas mais poderosas em 2026, porque o participante quer deixar de ser passivo e tornar-se cada vez mais ativo. Aumenta o engagement, potencia momentos lúdicos, de aprendizagem ou de outras motivações, e é uma excelente aliada no matchmaking de networking.
As experiências imersivas vão ampliar ainda mais os WOW-moments. A procura por fatores diferenciadores irá impulsionar ambientes sensoriais, realidade aumentada, projeções 360º ou instalações artísticas cujo objetivo é estimular os cinco sentidos. A tecnologia deve ser intuitiva e integrada, e só faz sentido se melhorar a experiência do participante — ele tem de viver o momento e senti-lo.
O último dos WOW-moments: o phygital — a fusão entre o mundo físico e o digital. A experiência começa no digital, vive-se no evento físico e regressa ao digital. Para os participantes, não há fronteiras. O phygital permite maior engagement, acrescenta emoção e prolonga a experiência: o digital melhora o físico e o físico dá vida ao digital.
As tendências para 2026 mostram-nos o caminho: experiências mais personalizadas, tecnologicamente integradas, sustentáveis e focadas na comunidade, onde os WOW-moments farão a diferença. Perante este futuro cada vez mais emocional, inteligente e exigente, resta a pergunta: estaremos preparados para criar eventos que toquem verdadeiramente as pessoas?
Carla Cachola, coordenadora da pós-graduação em Imagem, Protocolo e Organização de Eventos da Universidade Europeia
