Briefing | Como avalia a performance da Swipe News em 2024? Pode comentar a evolução dos últimos três anos, com base nos dados disponíveis?
Paulo Padrão | A Swipe News registou, em 2024, o seu melhor ano de sempre – tanto ao nível do aumento da receita, como do resultado operacional. A receita ultrapassou, pela primeira vez, os três milhões de euros, o que representou um crescimento de 25 % em relação a 2023. É de notar que, em três anos, o volume de negócios da Swipe News cresceu quase 90 %.
Julgo que é um crescimento que não encontra paralelo no mercado. De acordo com os valores conhecidos via ERC, nenhum outro publisher, com as nossas características (grupo sem TV), registou uma evolução tão significativa. Do lado do resultado operacional, registámos igualmente uma melhoria – o ano deverá ter fechado com um EBIDTA negativo inferior a 80 mil euros (versus 140 mil no ano anterior). É um valor ainda aquém dos nossos objetivos – perseguimos firmemente o desígnio de ter um EBIDTA positivo –, o que, face ao que é o cenário de grupos congéneres, e de acordo com os dados publicados na ERC, será uma situação de exceção.
Como compara o desempenho do grupo com o resto do mercado, analisando os dados mais recentes da ERC de 2023?
A comparação com os grupos editoriais que têm perímetros semelhantes ao nosso (ou seja, que não integram TV) é elogiosa, e reflete os resultados e o êxito de uma visão estratégica que vimos acelerando nos últimos cinco anos de nos constituirmos como o principal grupo de informação económica em Portugal. Julgo que em grande medida este objetivo já está atingido, tendo em conta que alguns dos seus pilares já são uma realidade.
Desde logo, a afirmação da liderança editorial percecionada do ECO. Era uma condição de partida para obter os resultados económicos e empresariais, e está conquistada. Por outro lado, a consolidação de um portefólio de títulos – já são oito – que nasce ou se desenvolve com dois critérios simultâneos: elevada relevância para o público-alvo a que se destinam e rentabilidade assegurada desde o momento zero.
O cofundador e diretor editorial do ECO, António Costa, tem agora uma participação de mais de 51 % no capital do jornal. O que levou a esta alteração na estrutura acionista?
Tendo presente que o António Costa é o mentor inicial do projeto ECO, diria que é uma evolução natural.
O arranque do projeto ECO foi feito com uma multiplicidade de acionistas, a quem estaremos sempre gratos pelo apoio indefetível que nos deram ao longo dos anos mais difíceis. Continuamos a contar com todos eles, e a sua contribuição crucial é parte da história recente do ECO e do que ele representa hoje no panorama editorial português. Mas, entramos numa nova fase, onde a concentração acionista ajudará a tomar decisões ainda mais rápidas e a capacidade de investimento sai reforçada.
Quais as ambições e perspetivas para 2025? Quais serão os principais eixos de crescimento para o grupo?
Em 2025, pretendemos lançar dois novos verticais editoriais. E, fora do âmbito editorial, mas no contexto da Swipe News, desenvolver uma área de projetos especiais – não-editoriais – que contribuam para a diversificação da receita.
Carolina Neves