“Onde o sul da Europa marca encontro com a América Latina” é o conceito, espelhado quer na decoração, quer no menu deste espaço detido por cinco empresários, três dos quais franceses e dois portugueses – são eles Teresa Roldão de Barros e Miguel Júdice.
E é Teresa que faz as honras da casa, numa visita guiada pela razão de ser do Mona Verde. O Verde é óbvio na decoração, em que abundam as plantas e outros elementos que tornam este rooftop num recanto tropical. Já o Mona é menos óbvio, mas também tem uma explicação. Desde logo, por ser uma palavra fácil de pronunciar em todas as línguas. E, depois, porque remete para uma expressão espanhola: “Que mona”, entre cujos significados está “que espetáculo”.
E é isso que o Mona Verde quer ser: um espetáculo em que as tradições culinárias do sul da Europa se cruzam com os sabores latino-americanos, nomeadamente do Peru e da Argentina. O objetivo – explica a sócia – é fazer brilhar os ingredientes, daí a preferência por produtos locais e sazonais: “Queremos uma cozinha simples, não muito trabalhada, pelo que cozinhamos só com fogo:”
E assim foi: tudo o que chegou à mesa foi fruto da arte da grelha, dominada pelo chef Manuel Lino. Na verdade, nem tudo, porque primeiro desfilaram alguns pratos crus, que primaram pela frescura: ceviche de peixe branco puro, com o peixe marinado em leche de tigre e servido com cebola roxa, malagueta, puré de batata doce, raspas de lima e coentros frescos; e tártaro de bonito, com o atum sarajão cortado em pequenos cubos, temperados com maionese de sésamo, chalotas e cebolinho e cobertos com milho frito crocante e abacate maduro.
Do fogo chegaram duas propostas. O peixe do dia – pensado para ser partilhado por dois – mostrou-se na sua simplicidade, com os flocos de sal a serem quanto basta no tempero. Milho doce salteado em manteiga noisette, com pasta de miso aromática, e corações de alface romana grelhados e servidos com molho de chimichurri completaram esta sugestão. Chegado o momento da carne, manteve-se a simplicidade num lombo grelhado maturado durante 45 dias. Ao lado, batatas fritas trufadas, polvilhadas com parmesão.
E as sobremesas passaram pelo fogo? Uma delas, sim: abacaxi assado em fatias finas com infusão de caramelo, servido com um molho de doce de leite e folhas de hortelã. Um fondant de chocolate branco, com gelado de stracciatella, foi a dose extra de gulodice a encerrar esta refeição.
Do fim para o princípio: é que o jantar teve como aperitivo um dos muitos cocktails em nome próprio do Mona Verde: o Mona’mour, um mix de vodka, gengibre, lima, espuma floral e taijin.
Tudo provado ao som do Mona Vista Social Club, a proposta de música ao vivo para as quartas-feiras. Nos outros dias, as batidas são dos DJ convidados. A ideia – conta Teresa Barros – é que a intensidade vá subindo para que se termine a noite a dançar.
Há mais ideias no horizonte: no início de 2024, está prevista a abertura do piso 7. Será o Mona Libre, um restaurante com o mesmo conceito de cozinha, mas com um perfil mais elevado. A proposta é que, depois de jantar, se suba para o rooftop para uma bebida e, quiçá, um pezinho de dança.
Fátima de Sousa