O setor da construção é um dos que mais pesa no futuro do planeta. Responsável por mais de 40 % das emissões globais de gases de efeito estufa, continua a depender, em grande medida, de processos artesanais, lentos e com enorme desperdício de recursos. Se queremos cumprir as metas de neutralidade carbónica até 2050, não podemos continuar a construir da mesma forma.
“Construir melhor para o planeta” significa repensar o modelo. A habitação não deve ser apenas uma resposta à procura imediata de espaço, mas sim uma oportunidade para criar edifícios mais eficientes, resilientes e sustentáveis. O caminho passa por abraçar a industrialização, a precisão tecnológica e a redução do impacto ambiental em cada fase do processo construtivo.
É aqui que o Light Steel Framing (LSF) assume um papel central. Esta tecnologia, já amplamente testada em mercados como os EUA e a Escandinávia, permite reduzir até 50 % o tempo de obra, cortar em mais de 85 % o consumo de água e eliminar grande parte do desperdício em estaleiro. A estrutura em aço, totalmente reciclável, é produzida com cortes milimétricos, garantindo uma maior precisão e qualidade.
Para além disso, as casas em LSF atingem classificações energéticas A ou A+, o que se traduz em menores necessidades de climatização, custos de operação reduzidos e maior conforto para quem as habita. São também mais resistentes a sismos e humidades, com uma durabilidade superior à construção convencional. Em termos práticos, isto significa que conseguimos entregar não só habitação mais sustentável, mas também mais segura e eficiente.
A transição para um modelo construtivo como o LSF é mais do que uma inovação tecnológica: é uma mudança de paradigma. Se olharmos para outros setores, como o automóvel ou a indústria tecnológica, percebemos como a industrialização e a digitalização transformaram radicalmente a forma de produzir. O mesmo precisa de acontecer na construção.
Em 2050, continuaremos a precisar de casas, mas precisamos sobretudo de casas que não comprometam o planeta. A construção tem a responsabilidade e a oportunidade de ser parte da solução. O LSF mostra-nos que já é possível conciliar sustentabilidade, conforto e eficiência. Construir melhor para o planeta é, no fundo, construir melhor para as pessoas.
Roberto Teixeira, CEO da OWNEST

