Segundo o relatório, que incide sobre as tendências da biodiversidade global e da saúde do planeta, o mundo vive, neste momento, uma dupla crise de perda de biodiversidade e alterações climáticas, impulsionada pelo uso insustentável dos recursos do planeta.
Neste sentido, os cientistas são claros: “A menos que paremos de tratar essas emergências como duas questões separadas, nenhum problema será abordado de forma eficaz”.
O estudo revela, ainda, que, segundo o Índice Planeta Vivo (LPI), que rastreia populações de mamíferos, aves, peixes, répteis e anfíbios, existe uma redução média de 69% nas populações de animais selvagens monitorados desde a década de 70.
Também os recursos hídricos estão a ser afetados, tendo em conta que as populações de água doce monitorizadas tiveram um declínio de 83% desde 1970, mais do que qualquer outro grupo de espécies.
Através do estudo, é ainda possível verificar os índices de perda de biodiversidade por região, sendo que América Latina e Caraíbas representa a maior perda (94%), seguida por África (66%) e por Ásia Pacífico (55%). Por fim, surge América do Norte (20%) e Europa e Ásia Central (18%).
Comentando as conclusões do relatório, a diretora executiva da ANPIWWF – Associação Natureza Portugal, Ângela Morgado, afirma que a vida selvagem continua a decair de forma “alarmante”, trazendo “graves consequências” para a saúde e para a subsistência dos seres humanos.
“Portugal não está isento de responsabilidades. Apelamos ao governo e empresas do nosso País para que não ignorem os sinais de urgência enviados pelo nosso planeta, pois é dele que toda a humanidade depende. As tendências atuais indicam que a emergência dupla das alterações climáticas e da perda de biodiversidade pode ser invertida – mas precisamos de acelerar as mudanças transformacionais com políticas e ações assertivas. O declínio da biodiversidade sente-se também em Portugal e afeta-nos a todos”, remata.