Mulheres pelo oceano? Sim, como um exército de boas causas

Pode o papel das mulheres em prol do ambiente ser comparado ao de um exército de boas causas? A crer nas palavras da presidente da Organização Não Governamental Business as Nature e consultora da Presidência da República para o Ambiente, Susana Viseu, pode.  Foi, aliás, este o mote da iniciativa Women 4Our Ocean, inserida na Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que terminou este sábado, 1 de julho, em Lisboa.

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“Acreditamos mesmo que as mulheres, quando estão mobilizadas, quando se juntam com paixão e energia conseguem ir mudando um bocadinho de mundo. Num sentido positivo, num tempo em que temos guerra na Europa, é bom que haja exércitos que lutam por causas em que acreditam como a preservação do planeta e do oceano”, justifica.

E por isso mesmo quis marcar presença na conferência que discutiu o futuro dos oceanos. Fê-lo com exemplos concretos de mulheres que, nos países de língua portuguesa, trabalham em prol dos oceanos, em diferentes atividades. No fundo, como sintetiza, mulheres que respondem aquela que é a mensagem principal do evento: “Nosso oceano, nosso futuro, nossa responsabilidade”.

“Nós mulheres devemos assumir – e assumimos – essa responsabilidade e quisemos mostrar isso.” Mostrar que trabalham na produção do conhecimento, sem o qual não é possível monitorizar o impacto das ações, mas que também põem as mãos na massa, que vão além do discurso”.

A este propósito, Susana Viseu enfatiza que uma das palavras de ordem que saiu da conferência é que não é possível continuar apenas na base dos compromissos e das boas intenções: “Temos mesmo de fazer, temos mesmo de agir.”

E estas mulheres dos países de língua portuguesa já estão a agir em aspetos concretos da proteção dos ecossistemas marinhos, mas também no envolvimento de outras mulheres e da comunidade.

Não obstante este movimento de mulheres, esta não é uma causa com género: “As causas são de todos, mas queremos – e não somos nós, mas as próprias Nações Unidas que o reconhecem – sublinhar o especial envolvimento das mulheres e das raparigas”, realça, recordando que na declaração assinada em Lisboa há um ponto que o refere especificamente.

“Elas estão, de facto, na linha da frente do combate às alterações climáticas. Através das mulheres, consegue-se envolver as crianças, as famílias, a comunidade. Porque nós, mulheres, temos no ADN o cuidar – dos outros e também do planeta”, menciona. Susana Viseu partilha a visão de que “a mobilização das mulheres é mais reprodutiva”.

Segunda-feira, 04 Julho 2022 18:25


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