As entidades portuguesas apresentaram 756 propostas, das quais 124 foram aprovadas, para projetos de Investigação & Desenvolvimento (I&D) nas áreas de Cultura, Criatividade e Sociedade Inclusiva; Segurança Civil para a Sociedade; Digital, Indústria e Espaço e Alimentação, Bioeconomia, Recursos Naturais, Agricultura e Ambiente. Segundo a Agência Nacional de Inovação (ANI), isto representa “uma taxa média de sucesso de 17,6%”, um nível superior à média europeia (14,8%). Das 124 propostas validadas, 18 têm coordenação nacional.
“Estes resultados confirmam a boa performance portuguesa no Horizonte Europa. Das 152 entidades que angariaram financiamento, 12 receberam pela primeira vez financiamento em programas de apoios europeus, o que significa que estamos a conseguir diversificar a nossa participação e a aumentar a nossa competitividade nestes programas”, comenta a presidente da ANI, Joana Mendonça.
O financiamento servirá para desenvolver projetos de I&D em várias áreas, nomeadamente sistemas inteligentes para promoção da literacia, comunidades inclusivas, segurança civil e cibersegurança, tecnologias quânticas e sistemas 6G.
Para a ANI, há projetos que se destacam. É o caso do TRANS-Lighthouses, no cluster 6, de Alimentação, Bioeconomia, Recursos Naturais, Agricultura e Ambiente. Coordenado pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES), o projeto tem quatro parceiros portugueses: a Universidade dos Açores, os municípios de Estarreja e Barcelos e a cooperativa de Incubação de Iniciativas de Economia Solidária. Obteve a classificação máxima em todos os critérios de avaliação e visa implementar e testar soluções transformadoras inspiradas na natureza e focadas em comunidades inclusivas.
Já no cluster 4, Digital, Indústria e Espaço, evidencia-se o projeto QIA (Quantum Internet Alliance), que conta com a participação da Associação Portuguese Quantum Institute. O objetivo é financiar, com 24 milhões de euros, a primeira fase de implementação de uma aliança para a internet quântica.
O mesmo montante foi atribuído ao projeto Hexa-X-II, que tem a participação da UBIWHERE. Trata-se de um dos projeto-bandeira da Comissão Europeia para a investigação em sistemas e plataformas 6G, com o propósito de transformar a próxima geração de comunicações moveis.
Salienta-se ainda a participação do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto no projeto S34I, sobre o fornecimento seguro e sustentável de matérias-primas para a indústria da União Europeia; da NOVA ID FCT – Associação para a Inovação e Desenvolvimento da FCT no projeto TaRDIS (Trustworthy and Resilient Decentralised Intelligence for Edge Systems), sobre a confiança e resiliência na inteligência dos sistemas computacionais; e do INESC ID – Instituto de Engenharias de Sistemas e Computadores, Investigação e Desenvolvimento em Lisboa, através do projeto ACES (Autopoietic Cognitive Edge-cloud Services), sobre serviços computacionais autopoiéticos na nuvem. Ainda no cluster 4, sublinha-se o financiamento atribuído ao INESC TEC – Instituto de Engenharias e Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, que assume a coordenação de dois projetos: o TRIDENT que pretende desenvolver uma ferramenta de avaliação do impacto da exploração sustentável e transparente de mineração em alto mar, e o TERRAMETA sobre metasuperfícies reconfiguráveis de alta gama nas comunicações sem fios. Também o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia coordena dois projetos: o HEDAsupercap sobre supercapacitores híbridos assimétricos de alta densidade de energia para aplicações em bens de consumo e eletrificação e o iCare que pretende o desenvolvimento de uma avaliação e caracterização integrada e avançada da Neuro-Nanotoxicidade.
O programa Horizonte Europa está em vigor desde 2021 e atuará até 2027. No seu âmbito, Portugal já tinha captado, em junho, 32,7 milhões de euros para projetos sobre clima, energia e mobilidade.