Segundo o documento, em 2022, a diferença global de género foi reduzida em 68,1%, passando a levar 132 anos para atingir a paridade total. São números que representam uma ligeira melhoria de quatro anos em comparação com a estimativa de 2021 – 136 anos até à paridade. Não compensam, no entanto, a perda que ocorreu entre 2020 e 2021: estudos apontavam para que a desigualdade acabasse dentro de cem anos.
Nos 146 países cobertos pelo índice de 2022, a disparidade de género em Saúde e Sobrevivência foi reduzida em 95,8%, em Educação em 94,4%, em Participação Económica e Oportunidade em 60,3% e em Empoderamento Político em 22%.
Portugal desceu sete lugares neste ranking, face a 2021, fruto, sobretudo, de termos tido menos mulheres eleitas no Parlamento nas últimas eleições legislativas (de 39,7% em 2019 passámos para 37% 2022). A participação económica e oportunidades das mulheres também contribuiu para a pior classificação de Portugal, explicada por uma diminuição ligeira na participação no mercado de trabalho e em lugares de poder. Já em termos de igualdade salarial e de rendimentos de trabalho das mulheres registaram-se alguns progressos, ainda que reduzidos. Fatores positivos são a subida no ranking a nível da educação (literacia e frequência do ensino básico) e da saúde, com a aumento de anos de vida saudável.
O relatório coloca, assim, o País na 33.ª posição global em termos de Empoderamento Político, na 41.ª na Participação Económica e Oportunidade, na 67.ª na Saúde e Sobrevivência e na 75.ª em Educação.
O Fórum Económico Mundial revela que o Gender Pay Gap (diferença salarial entre os sexos) em Portugal é de 11,72%, que a percentagem de mulheres nos conselhos de administração é de 31% e de apenas 8% estarem em lugares de topo nas empresas. Além disso, estima em 19% a prevalência da violência de género ao longo da vida das mulheres.