Segundo dados da AEA, o ano passado foi o segundo pior em termos de território ardido, sendo apenas superado pelo ano 2000. No total, foram registados 153 que atingiram uma área de 949 quilómetros quadrados.
O estudo estima ainda que a Península Ibérica vai registar um “aumento acentuado” do número de dias com elevado perigo de incêndio, num cenário de alterações climáticas com uma elevada emissão de dióxido de carbono.
A estimativa é que, neste território e num cenário de aquecimento global de 3°C até ao final do século, o número de pessoas que vivem perto de terrenos selvagens e que estão expostas a níveis de perigo de incêndio elevados a extremos durante, pelo menos, dez dias por ano tenha um aumento de 24%, atingindo as 15 milhões.
A agência destaca o facto de Espanha ter registado uma área ardida de 2 754 km2, tendo havido 208 incêndios de 30 hectares ou mais, e França ter tido 74 fogos florestais que destruíram uma área de 465 km2.
Na perspetiva ambiental, as perdas causadas pelos incêndios atingiram, no ano passado, pelo menos dois mil milhões de euros na Europa e as emissões de CO2 na União Europeia e Reino Unido, entre 1 de junho e 31 de agosto, são estimadas em 6,4 megatoneladas, sendo o valor mais alto desde 2007.
Do lado económico, os fenómenos extremos relacionados com o tempo e o clima causaram perdas económicas estimadas em 560 mil milhões de euros na UE entre 1980 e 2021, dos quais apenas 170 mil milhões de euros estavam cobertos por seguros.