Criado em 2017, o Selo da Diversidade surgiu fruto de uma parceria entre a Carta Portuguesa para a Diversidade e o antigo Alto Comissariado das Migrações. Atualmente, são a APPDI e a AIMA as responsáveis por dar continuidade a este projeto que pretende promover e valorizar a diversidade, equidade e inclusão (DEI) nas organizações. Realizado a cada dois anos, já foram atribuídos 47 selos e 23 menções honrosas, desde a primeira edição.
A presidente da direção da APPDI, Paula Carneiro, explica que as organizações que queiram ter este reconhecimento devem ser signatárias da Carta Portuguesa para a Diversidade, da qual fazem parte entidades de diversas áreas de atuação, como marcas, escolas, municípios, entre outras, algo que, na sua opinião, quebra o mito de que é necessário um orçamento financeiro para gerar impacto com este tipo de políticas. Posteriormente, podem submeter para candidatura os projetos organizacionais que já tenham sido implementados e produzido resultados de impacto. “Desde políticas a práticas de DEI, programas de integração ou valorização de carreira, acolhemos todo o tipo de práticas que reflitam uma boa gestão de diversidade e verdadeira implementação de inclusão e da igualdade de oportunidades”, afirma.
Entre as categorias em avaliação, estão: o compromisso da gestão de topo e dos outros níveis hierárquicos; a cultura organizacional; o desenvolvimento profissional e progressão na carreira; o recrutamento, a seleção e práticas de gestão de pessoas; a comunicação da Carta e dos seus princípios; e a comunicação da Carta e dos seus princípios. A estas seis juntam-se duas novas: projetos internos de promoção da DEI e projetos com envolvimento comunitário. A responsável esclarece que esta novidade se deve ao facto de, na última edição, a categoria Cultura Organizacional ter recebido 33 das 77 candidaturas totais. Por isso, surgiu a necessidade de criar novas para incluir projetos que respondam a necessidades específicas de grupos internos, e que tenham sido concebidos para atender às necessidades de grupos vulneráveis nas comunidades onde as organizações estão inseridas. Na sua perspetiva, esta iniciativa foca-se nas práticas que, muitas vezes, são apenas divulgadas internamente, e vai além da visibilidade das organizações, “procurando inspirar a uma escala mais ampla e promovendo a partilha e uma cultura de inclusão”.
De acordo com a sua experiência, ao longo dos anos, o Selo da Diversidade tem tido um “papel estruturante” no tecido das instituições participantes, tendo sido registado um aumento no número de candidaturas, “inspirando várias entidades e a sociedade, em geral, a adotarem e desenvolverem práticas com resultados positivos”. As organizações interessadas poderão fazer a sua candidatura até ao dia 30 de junho. Paula Carneiro espera que a tendência de crescimento de inscrições se mantenha porque, como este projeto é bianual, os candidatos conseguem melhorar ou otimizar as iniciativas que têm a decorrer, como forma de aumentar o seu impacto ou âmbito. A presidente convida também a submissão de propostas de trabalhos que já tenham estado presentes nas edições anteriores, mas que não tenham sido premiadas e que ainda estejam em vigor.Simão Raposo