O que justificou congregar estas 71 vozes pela competitividade?
Justifica-se uma intervenção por parte da sociedade civil para que, unidas vozes, se atue concertadamente no sentido que nos parece correto. O da competitividade e do crescimento. Estamos aquém da Europa Comunitária e fomos perdendo importância e capacidade de competir ao longo do tempo. É altura de olharmos com atenção para o problema da competitividade. É altura de olharmos ao crescimento. É altura de olharmos para o país e empresas que temos e começarmos a encurtar distâncias e deixar trabalho feito.
Como dizia no prefácio, a competitividade e o crescimento são temas absolutamente pungentes nos dias que correm. Porquê? Porque não temos crescido o que deveríamos crescer sob o ponto de vista económico. Porque não somos competitivos o suficiente para agregar valor a produtos, serviços e soluções de forma que os intangíveis da marca possam fazer o seu caminho de criação de riqueza. Porque não somos capazes, genericamente, de subir na cadeia de valor.
Mas colocava a tónica também em: “Parece-nos existir um problema de fundo, entre outros, que limita a competitividade e o crescimento de Portugal e esse problema assenta essencialmente na falta de educação, lato senso. Educação, formação, conhecimento, visão de mercado, competência para estabelecer parcerias, agregação de valor aos produtos, serviços e soluções, liderança igualmente, enfim.”
O que presidiu à escolha dos nomes?
Os nomes são participantes da sociedade civil a três níveis, empresarial, autárquico e nacional. E foram dirigidos vários convites a vários potenciais participantes. Só se junta quem julga que a sua voz pode fazer diferença e quer contribuir. A beleza da participação é precisamente essa: colocar a sociedade civil a falar e a levantar a sua voz a vários níveis.
“É obrigatório crescer” é o subtítulo. Porque é que é “obrigatório crescer”?
Se não crescer morre. Asfixiado em impostos e sem conseguir criar riqueza. Só se distribui riqueza se alguém a criar. Se não a criar não pode haver distribuição. Mas, para criar é preciso crescer. Crescer em dimensão das empresas e em economias de escala, crescer em lucro, crescer em know-how, crescer em pegada económica, atrair mais e melhores quadros, crescer em balanço, crescer em marca. Sem este crescimento seremos eternamente pobres e eternamente subsídio-dependentes.
É possível identificar um caminho/uma reflexão comum aos 71 contributos?
Diria três: pessoas, educação e tecnologia. Ingredientes fundamentais para o crescimento. Melhores pessoas, mais bem formadas, melhor educação e formação profissional e melhor e mais tecnologia. Sem estes ingredientes estaremos fora da corrida. Porque não teremos pessoas para nos ajudar a crescer, não teremos as pessoas certas e não usaremos o melhor da tecnologia.