De acordo com os investigadores, a ansiedade relativamente a temas como as alterações climáticas surge como consequência, não só da informação recebida por estas crianças na escola, como também do contacto com os media e das conversas com familiares e amigos. Segundo a informação, as crianças acreditam ter consciência da gravidade deste problema e demonstram interesse no seu impacto, o que levanta questões sobre o rumo das iniciativas de educação e comunicação nesta área, sendo que, se não forem ensinadas de forma correta, esta pode revelar-se uma ameaça psicológica pela inquietude que provoca e pelo declínio do bem-estar mental nos jovens.
O relatório concluiu, ainda, que em atividades futuras se devem espelhar as experiências e a realidade das crianças, mas também alargar os campos do conhecimento. Isto porque, apesar de declararem conhecer o conceito de alterações climáticas, elas não se mostraram capazes de especificar tópicos que gostassem de aprender sobre esta temática. Se, por um lado, as crianças foram bastante específicas nos temas sobre os quais acreditam ter algum conhecimento, por outro, declararam que gostariam de saber mais sobre como, o quê, quando e porquê ocorrem estas mudanças.
“Vemos a educação climática, e a promoção de esperança construtiva, como fundamentais, não só na promoção do envolvimento pró-ambiental, mas também na neutralização das emoções negativas”, diz Zara Teixeira, para quem a educação climática “deve incluir uma forte dimensão de esperança e recorrer à implementação de estratégias que permitam aos alunos mudar de perspetiva e confiar em atores sociais, aumentando a consciência, o sentimento de partilha de responsabilidade e a crença de que estas alterações podem ser mitigadas através da transformação de comportamentos”.