O também CEO e fundador da EAD – Empresa de Arquivo de Documentação considera que muitas empresas se “queixam” de que não conseguem ser competitivas e de que não conseguem vender bem os seus produtos, alertando que se esquecem “que, muitas vezes, isso acontece pela falta de eficiência”. “Isto é, muitas empresas não estão organizadas e não estão devidamente estruturadas”, diz.
Defende, pois, que é preciso olhar para dentro de casa: para todas as regras de compliance, para os sistemas de contabilidade, de risco de negócio. Com que objetivo? Para que se possam procurar e desenvolver programas de ação para mitigar estas deficiências, rumo à eficiência.
Outra questão importante é “as PME [Pequenas e Médias Empresas] terem a noção de que a digitalização dos seus negócios não é igual à digitalização dos negócios das grandes multinacionais”, advoga, sustentando que estas últimas têm uma “capacidade nativa de inovar”, de trazer para dentro de casa, de forma robusta, fácil e rápida, as grandes inovações, porque têm os recursos para que isso possa acontecer. Acredita, pois, que as PME têm de estar atentas, olhar à sua volta, para o mercado, para as suas pessoas, para a sua estrutura, adequar os seus recursos financeiros ao resultado desta análise e, depois, ver junto de parceiros, inclusive da própria concorrência, quais poderão ser as melhores formas de desenvolverem projetos com valor acrescentado.
Essencial é também, na opinião de Paulo Veiga, que não tentem transformar as suas empresas de forma transversal. Há que identificar os pontos de melhoria, os workflows necessários para controlarem os processos internos, mas, acima de tudo, procurar escolher aqueles que são mais fáceis de implementar. “Só assim poderão ter custos controlados e fazer algo que é muito importante: a mudança do mindset”, afirma, salientando que a mentalidade é das coisas mais difíceis de mudar nas pessoas e a tecnologia é apenas um meio para atingir um fim. “Sem as pessoas com o mindset certo, a tecnologia não entrega os resultados esperados”, justifica.
O mundo digital está cheio de oportunidades, acredita, mas realça os riscos e as ameaças novas que acarreta – “muitas delas pouco analisadas e pouco mitigadas”. Desde logo, a questão da cibersegurança e da proteção dos dados pessoais no âmbito das suas atividades. “A indústria do roubo da informação digital vale milhões por todo o mundo e as PME devem estar cientes de que não se podem montar projetos digitais sem a garantia de segurança contra os ataques informáticos”. É que – conclui – informação é poder.