Camada do ozono: “Temos uma escolha, ou ação coletiva ou suicídio coletivo”, alerta Guterres

Só com colaboração será possível travar as emissões de carbono que estão perigosamente a aquecer o mundo. São palavras do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, numa mensagem a propósito do Dia Internacional de Preservação da Camada do Ozono, que se assinala esta sexta-feira, dia 16. “Temos uma escolha: ou ação coletiva ou suicídio coletivo”, exorta.

A data assinala os 35 anos do Protocolo de Montreal – acordo global que visa a proteção da camada do ozono estratosférico através da redução dos químicos sintéticos que causam o aquecimento climático.

“Graças a um acordo global, a humanidade evitou uma enorme catástrofe de saúde devido à penetração da radiação ultravioleta através do buraco da camada do ozono”, recorda.

Na visão de António Guterres, o Protocolo de Montreal é um sucesso porque, quando a ciência descobriu a ameaça que o mundo enfrentava, “os governos e seus parceiros agiram”: “Adotámos um acordo ambiental global que foi ratificado universalmente e decisivamente implementado.”

O protocolo – sublinha – constitui “um poderoso exemplo de multilaterialismo em ação”: “Com os problemas que o mundo enfrenta – dos conflitos à pobreza crescente, às desigualdades profundas e à emergência climática – recorda-nos que podemos ser bem-sucedidos se trabalharmos em conjunto para o bem comum”, enfatiza.

“Montreal Protocol@35: global cooperation protecting life on earth” é, precisamente, o tema das comemorações deste ano.

De acordo com o Programa da ONU para o Ambiente (UNEP), o protocolo colocou fim a uma das maiores ameaças que a humanidade enfrentou e, atualmente, a camada do ozono está a recuperar, voltando a assegurar proteção face à radiação ultravioleta.

“Esta ação protegeu milhões de pessoas do cancro da pele e de cataratas, nos anos seguintes. Permitiu que ecossistemas vitais sobrevivessem e prosperassem. Salvaguardou a vida na Terra. E atrasou as alterações climáticas: se os gases com efeito de estufa não tivessem sido banidos, a temperatura global teria subido 2,5ºC no final do século, o que seria uma catástrofe”, nota.

Terça-feira, 13 Setembro 2022 10:28


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