Portugal Smart Cities Summit: “As empresas são importantes neste processo”

As cidades inteligentes estão cada vez mais em debate, principalmente depois da chegada do 5G. O Portugal Smart Cities Summit não é exceção e dá-hes voz, até esta quinta-feira, 13 de outubro, na FIL – Feira Internacional de Lisboa, através de conferências, apresentações e troca de experiências, promovidas pela Fundação AIP. Em entrevista ao 2050.Briefing, a gestora da iniciativa, Elisabete Martins, sustenta que o evento mostra como as empresas são importantes na transformação das cidades.

O que destaca do Portugal Smart Cities Summit 2022?

O Portugal Smart Cities Summit é, sem dúvida, o evento através do qual se pode constatar como as empresas são importantes neste processo, que faz com que as cidades sejam cada vez mais inteligentes e proporcionem qualidade de vida aos cidadãos. Os expositores do evento apresentam equipamentos, serviços, soluções, que permitem a gestão mais eficaz dos recursos naturais, como a água e as energias renováveis; soluções para a gestão mais eficaz dos resíduos; e soluções para uma mobilidade mais sustentável e acessível a todos. Tudo isto com uma forte componente tecnológica que não esquece as questões da segurança.

Passo a referir alguns temas que estarão em foco: financiamento da transformação verde e digital das cidades; modernização e sustentabilidade dos serviços urbanos de águas; transição energética; saúde e bem-estar; smart mobility; transformação digital e segurança cibernética; e inovação tecnológica e social na gestão de recursos e resíduos.

Dos temas em debate, qual acarreta mais inquietação para o desenvolvimento das cidades?

Reitero que todos os temas são relevantes para o desenvolvimento das cidades, no entanto, podemos talvez assinalar duas temáticas muito atuais e preocupantes. Por um lado, ao nível nacional, a gestão dos recursos hídricos no contexto de escassez de água em que vivemos; por outro lado, no contexto internacional, a cibersecurity, face aos conflitos a que assistimos um pouco por todo o mundo e especificamente na Europa com a guerra na Ucrânia.

O que poderão os cidadãos e os municípios retirar do evento?

Quanto às pessoas, as smart cities existem para que as pessoas tenham melhor qualidade de vida e o evento vai permitir ao cidadão comum perceber quais são as pequenas práticas que trazem grandes benefícios, quer à economia, quer ao ambiente. Veja-se, por exemplo, a questão da mobilidade: a mentalidade das pessoas vai mudando e sendo mais sensível a estes temas, daí vermos uma utilização crescente das bicicletas ou dos veículos elétricos, o que se reflete, nomeadamente, em menos emissões de poluentes atmosféricos e menos consumo de combustíveis. O recurso a painéis solares nas habitações é mais um exemplo, entre tantos outros.

De facto, para os municípios, creio que todos os temas são interessantes, podendo, no entanto, destacar a Cimeira dos Autarcas e a conferência que vai encerrar os trabalhos e terá como tema “A Transformação Inteligente das Smart Cities”.

E quais são as autarquias que estarão presentes?

Em Portugal, existem cidades com boas práticas a ter em consideração como bons exemplos que nos levam para o caminho das smart cities. Na Cimeira dos Autarcas, que abre as conferências, no dia 11, estarão presentes municípios de todo o País, uns virão demonstrar o que fazem de melhor, outros vêm à procura de exemplos ou de parcerias, para levar a cabo mudanças estruturais que aportem para ganhos na economia e na sustentabilidade.

Na exposição, estarão cidades como Lisboa, Coimbra, Seixal, Amadora ou Fundão. Como podem ver, cidades com dimensões diferentes, geografias diferentes, desafios diferentes e com um objetivo comum: serem cada vez mais smart cities. Muitas outras cidades marcarão presença no evento, proporcionando a troca de experiências, parcerias e negócios inteligentes.

Como surgiu a parceria com a NOS?

A NOS é a parceira estratégica do evento, num movimento alinhado com a sua ambição de tornar todas as autarquias portuguesas mais inteligentes e liderar a implementação de soluções de transformação digital potenciadas pelo 5G, contribuindo para um País mais sustentável, seguro, tecnologicamente avançado e competitivo. A NOS foi a primeira operadora a lançar o 5G, considerada a tecnologia móvel mais avançada e disruptiva, o que significa que o Portugal Smart Cities Summit se associa a uma operadora que está na vanguarda da tecnologia, fator essencial para o desenvolvimento de cidades inteligentes. A criação de valor para a sociedade é também um objetivo comum entre a marca e a iniciativa.

Qual o potencial do País neste âmbito das cidades inteligentes?

O potencial é enorme porque, felizmente, somos ricos em recursos endógenos, estamos a par de outros países no que reporta a inovação tecnológica e a outras áreas fundamentais para a governação. O Portugal Smart Cities é o evento que articula o território – governação –, o conhecimento – ensino/universidades/investigação – e o mundo empresarial, promovendo a concretização de soluções inteligentes.

Quinta-feira, 06 Outubro 2022 09:55


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