Conhece os desafios para a inclusão nas organizações?

São três os principais desafios para promover a inclusão e a diversidade nas organizações. Quem o diz é o ManpowerGroup, que aponta as políticas DEIB, os preconceitos inconscientes e a atração de candidatos com um background diverso como os maiores reptos quando se trata da promoção de políticas sociais.

As empresas são, cada vez mais, solicitadas a assumirem posições concretas no que respeita a questões sociais e a implementarem políticas que vão ao seu encontro. Isto é especialmente verdadeiro no que diz respeito à temática da diversidade, equidade, inclusão e sentimento de pertença (DEIB) nas empresas, sendo que a adoção de programas que as promovam é também progressivamente mais valorizada pelos profissionais.

De acordo com o estudo Diversity at Work, promovido pelo ManpowerGroup, 35,98% dos profissionais assume que a sua escolha no que respeita a novas oportunidades de trabalho passa também pelas políticas LGBTQI+ existentes em cada organização, o que revela que a promoção da diversidade e inclusão pode influenciar positivamente a atração e fidelização de profissionais.

Não obstante a sua relevância, a adoção de programas DEIB é uma tarefa complexa e que traz inúmeros obstáculos às organizações, assegura a empresa especializada em recursos humanos. É nesse sentido que aponta os três desafios mais comuns sentidos pelas lideranças neste processo, e como podem ser ultrapassados.

Fazer das políticas DEIB a prioridade

Se, por um lado, um número crescente de líderes está mais consciente de que criar uma organização diversa representa uma vantagem competitiva, por outro lado, este é ainda um passo que não é prioritário para outras organizações e para as suas lideranças, que podem estar mais relutantes em sair da sua zona de conforto, e acabam por colocar estes programas em segundo plano face a outras estratégias que desenvolvem.

Para contornar este desafio e serem criadas as ferramentas necessárias para aplicar uma estratégia de inclusão, o ManpowerGroup defende que o foco deve estar nas próprias lideranças. Sugere que devem ser desenvolvidas formações especializadas sobre como incluir a diversidade no centro da estratégia da organização, acompanhando esses líderes com coaching e reforçando a sua capacidade para passarem da sensibilização à ação.

Mitigar preconceitos inconscientes

Um preconceito, mesmo que inconsciente, ocorre quando alguém discrimina determinados indivíduos ou os trata de forma diferenciada, devido a questões de foro religioso, raça, orientação sexual, entre outros.

São preconceitos que face a grupos minoritários ou sub-representados, em contexto laboral, podem inibir a diversidade organizacional. O resultado? Efeitos prejudiciais no desenvolvimento da empresa e na sua cultura. Podem, todavia, também potenciar uma menor capacidade de atração e retenção de talento, já que refreia os candidatos de origem diversas a apresentar-se a oportunidades em empresas que não fazem da diversidade uma prioridade.

Segundo a consultora, para mitigar este obstáculo, a diversidade deve ser parte da cultura da empresa. Devem, pois, ser fomentadas oportunidades para que os colaboradores ampliem os seus círculos de contacto, interagindo com colegas de diferentes culturas, religiões, raças ou orientação sexual. Os grupos de apoio e os aliados podem ter igualmente um papel importante, ao acompanhar os trabalhadores diversos mediante suporte ao desenvolvimento de carreiras e mentoria.

Atrair candidatos com um background diverso

A capacidade para atrair talento diverso é, precisamente, um dos grandes desafios que as empresas enfrentam nas suas estratégias de promoção da diversidade: estatísticas do Glassdoor dão conta que 32% dos candidatos afirma não pretender candidatar-se a uma empresa que revele falta de diversidade entre a sua força de trabalho.

De forma a responder a este desafio, a diversidade deve ser tida em conta nos diversos momentos da relação entre o profissional e a organização, bem como em todos os processos da empresa, devendo ser mesmo uma prioridade desde a fase de recrutamento. Diz o ManpowerGroup que as organizações devem integrar ferramentas especializadas que potenciem a tomada de decisões baseadas na análise de dados, para reduzir o preconceito e melhorar a adequação entre candidatos e funções, como base nas suas competências, interesses e experiência, encarando-as como pontos positivos e diferenciadores.

Igualmente importante, advoga, é que os próprios responsáveis pelos processos de recrutamento, estejam integrados na política de diversidade, participando em formações especializadas sobre o tema, que permitirão limitar preconceitos inconscientes e promover uma maior abertura, o que facilitará aos potenciais futuros colaboradores revelar as suas diversas características.

Segundo a consultora, as empresas que apostarem num modelo de negócio socialmente responsável e que incentive à partilha, honestidade e justiça, num local de trabalho seguro e saudável, irão contribuir positivamente para a vida dos seus colaboradores, ao mesmo tempo que aumentam as suas hipóteses de sucesso. Alerta, porém, que para ultrapassarem estes desafios devem igualmente ter em conta que a avaliação regular destas estratégias é fundamental, para medir o progresso dos novos programas e identificar o que deve ser melhorado, com base nas experiências e sugestões dos colaboradores.

Terça-feira, 30 Agosto 2022 07:52


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