Sustentabilidade e negócio: Uma só estratégia na The Navigator Company

Na The Navigator Company, a sustentabilidade está integrada na estratégia de negócio e não corre em paralelo. É isso que a diretora desta área garante em entrevista à Briefing. Paula Guimarães explica em que consiste a Agenda 2030 – focada no negócio responsável –, quais as metas estabelecidas e qual o trabalho que está a ser desenvolvido para as atingir, o que já levou a que a empresa fosse premiada internacionalmente.

Sustentabilidade e negócio: uma só estratégia

Briefing | A sustentabilidade é um dos valores corporativos da The Navigator Company, que defende que a sua estratégia de negócio incorpora uma estratégia de sustentabilidade. O que quer a empresa dizer com este posicionamento de  princípio?  

Paula Guimarães | A estratégia de sustentabilidade está integrada, de facto, na estratégia de negócio da Navigator e não é uma estratégia que corre em paralelo. Faz parte do negócio e está assente em três pilares essenciais: os pilares da ética, da responsabilidade e da transparência. Depois, acaba por se concretizar numa agenda de negócio responsável, aquilo a que chamamos a Agenda 2030. A agenda tem um conjunto de compromissos, que se concretizam através de objetivos e que são monitorizados em termos de desempenho por um conjunto de indicadores de performance. Tudo isto é acompanhado no nosso Roteiro 2030, uma ferramenta dinâmica que nos permite acompanhar a forma como vamos fazendo o nosso caminho, desempenhando as nossas atividades económicas com o cuidado e a prevenção de impactos e de riscos, mas, também, aproveitando as oportunidades que se nos colocam.

Quais são os objetivos e as metas a curto e médio prazo?

A Agenda 2030 da Navigator está organizada em torno de dois eixos estratégicos de atuação: pela sociedade, e pelo clima e natureza. Em torno destes dois eixos estratégicos, temos de facto um conjunto de compromissos e mais de 50 objetivos, a maior parte deles orientados para um ano-alvo de 2030, que vamos acompanhando, ano a ano, no sentido de medir a qualidade da nossa performance.

Pode apontar alguns exemplos?

No âmbito da descarbonização, temos objetivos de redução de emissões, desde logo redução em 86 % das nossas emissões diretas no âmbito do comércio livre de emissões, nos nossos complexos industriais. Mas temos, também, o objetivo de utilizar 80 % de energias de fontes renováveis no conjunto de energia primária que consumimos na empresa, até 2030. Já no âmbito da natureza, temos, por exemplo, o objetivo de alcançar, na matéria-prima que consumimos para converter os nossos produtos, um nível de pelo menos 80 % de madeira certificada, também até 2030. No eixo da sociedade, temos um conjunto diverso de objetivos, nomeadamente atingir a meta zero acidentes, uma meta relacionada com a segurança, muito importante naquilo que é o posicionamento da Navigator. No que toca à inovação, detemos um Instituto de Investigação e Desenvolvimento para a Floresta e para a Tecnologia, o Instituto Raiz, com objetivos orientados para a inovação, visando promover o registo de propriedade intelectual e chegar a 50 patentes até 2030.

Tais como…

No Instituto Raiz, onde desenvolvemos vários projetos de inovação, por exemplo, no âmbito dos novos bioprodutos da bioeconomia, temos vários projetos em curso, com objetivos concretos. Em 2024, tínhamos 47 famílias de patentes registadas, o que nos leva ao patamar de sermos uma empresa que está no top 10 das empresas com mais patentes em Portugal.

Qual é o impacto e a relevância da Navigator ter sido premiada, pela Sustainalytics, com o badge “Industry ESG Top Rated Company 2025”?

Os ratings ESG, como o da Sustainalytics, são ratings que avaliam o desempenho das empresas nas componentes ambiental, social e de governance. O facto de termos alcançado este excelente score, no ano passado, significa um reconhecimento por parte de entidade externa, relativamente ao nosso desempenho ESG, ou seja, na nossa capacidade de gerir riscos nestas três dimensões. Portanto, significa o reconhecimento, que depois é lido, apreciado pelo setor financeiro, investidores, pela banca, mas é, também, apreciado pelos nossos clientes e pela sociedade que se preocupa em olhar para as empresas e perceber o quão sustentável é o negócio que levam a cabo.

Simão Raposo

Quarta-feira, 02 Julho 2025 11:30


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