Este acordo, aprovado pelas Nações Unidas em março deste ano, vai permitir essa proteção, defende a organização num relatório recentemente publicado. O grupo ambientalista afirma ainda que esta é a única forma de atingir o compromisso estabelecido.
Porque, alerta a ONG, “resta pouco tempo” para fazer face às “ameaças em grande escala” que os oceanos enfrentam, lembrando que a “pilhagem do alto mar” está a acontecer, os recordes de temperatura dos oceanos estão a ser quebrados, as perdas de gelo aumentam e sobe o nível das águas do mar. Até o recente acordo, não havia uma forma globalmente aceite de criar espaços protegidos em águas internacionais, nem qualquer organismo regulador encarregado de impedir a destruição da vida selvagem que vive nesses mares, uma omissão com consequências desastrosas, especialmente nas últimas décadas, refere o documento. Devido a essa omissão, espécies do alto mar sofreram “colapsos catastróficos”, como os tubarões, que perderam mais de 90% da sua população em menos de 30 anos, e “habitats inteiros foram destruídos”.
Por esse motivo, a Greenpeace insiste no relatório que a proteção dos oceanos tem de começar agora, antes mesmo da ratificação do tratado. E apresenta no documento três sítios que considera de elevada prioridade de proteção: Mar dos Sargaços, no meio do Atlântico Norte; montes submarinos Imperador, no Havai; e Mar da Tasmânia.
“O Tratado do Alto Mar foi uma vitória histórica para a natureza, mas, como mostra o nosso relatório, as ameaças à vida marinha agravam-se todos os dias. O Tratado dá-nos uma ferramenta poderosa para proteger os oceanos, mas agora os governos têm de o ratificar urgentemente e criar santuários oceânicos para dar aos oceanos espaço para recuperar e prosperar”, afirma o ativista da campanha “Protect the Oceans” Chris Thorne. “As práticas destrutivas no mar ameaçam o futuro da saúde dos oceanos e, por extensão, o futuro da saúde de todo o nosso planeta. Os países que levam a sério a proteção dos oceanos devem assinar o Tratado do Alto Mar na próxima semana, na Assembleia Geral das Nações Unidas, e garantir a sua ratificação na Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, em 2025”, conclui.