Mas eles estão em apuros, uma vez que se encontram a aquecer, a subir e a acidificar. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), estas mudanças limitam drasticamente a sua capacidade de sustentar a vida debaixo de água e em terra: “A resistência e a resiliência dos oceanos não são infinitas. Não devemos continuar a assumir que os mesmos podem perpetuar a absorção dos efeitos da atividade humana, indefinidamente, ao mesmo tempo que continuam a providenciar os seus benefícios vitais.”
As soluções para um oceano gerido de forma sustentável envolvem tecnologia verde e o uso inovador dos recursos marinhos. Incluem ainda as ameaças à saúde, ecologia, economia e governação dos oceanos – acidificação; lixo marinho e poluição; pesca ilegal, não declarada e não regulamentada; e perda de habitats e de biodiversidade.
A primeira Conferência dos Oceanos das Nações Unidas (UNOC), que teve lugar em Nova Iorque, em junho de 2017, mostrou a situação dos oceanos e o impacto das atividades humanas. A próxima vai realizar-se em Lisboa, entre 27 de junho e 1 de julho, e desempenhará um papel importante na implementação de um novo capítulo sobre a ação para os oceanos – impulsionada pela ciência, tecnologia e inovação.
Adiado desde 2020 devido à pandemia, o evento, que conta com o apoio dos governos de Portugal e do Quénia, fará um apelo à ação dos líderes mundiais e dos decisores, para que aumentem a ambição e o investimento em abordagens científicas e inovadoras, mobilizem parcerias e empreguem soluções baseadas na natureza, de forma a reverter o declínio da saúde dos mares. Também as empresas e os indivíduos vão ser convidados a desempenharem o seu papel na contenção da poluição marinha e a comprometerem-se com o consumo responsável dos recursos oceânicos.
Serão oito diálogos que incidem sobre as temáticas poluição marinha, acidificação dos oceanos, desoxigenação e aquecimento, pesca sustentável e outras economias oceânicas, conhecimento científico e tecnologia marinha. O objetivo é analisar as oportunidades e os desafios com a ambição de promover compromissos e ações acerca das questões relacionadas com os oceanos.
Nas próximas páginas, stakeholders e membros da organização fazem a antevisão da conferência e dos progressos que esperam que advenham da mesma, para a implementação do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 14, o qual diz respeito à proteção da vida marinha.