Li há dias um estudo da Bain & Company que mostrava que o discurso dos líderes empresariais sobre sustentabilidade, que já conheceu períodos de maior e de menor entusiasmo, está agora a atingir um ponto de equilíbrio. Neste estudo, identifica-se uma evolução clara: em 2024, 54 % dos CEO associavam sustentabilidade a valor para o negócio, um aumento de 18 % face a 2018.
Esse é, exatamente, o verdadeiro desafio: deixar de encarar a sustentabilidade como um luxo e passar a vê-la como uma forma natural de fazer negócios.
Durante muito tempo, a sustentabilidade foi vista como uma opção bem-intencionada, mas dispendiosa e, como tal, inacessível para muitos. Uma visão partilhada por empresas e por consumidores. Hoje, essa perceção está a mudar.
A sustentabilidade não é o oposto de preço justo. Pelo contrário: quando bem integrada na cadeia de valor, é precisamente o que garante escolhas mais conscientes, acessíveis e com impacto positivo no presente e no futuro. Porque, no fundo, o que é verdadeiramente caro é continuar a produzir de forma insustentável. Os custos “escondidos” de produtos mais baratos — poluição, esgotamento de recursos, problemas de saúde pública — serão pagos coletivamente, mais tarde, por todos. Aliás, já estão a ser.
A sustentabilidade, pelo contrário, gera eficiência, inovação e bem-estar. Quando se torna o novo padrão, deixa de ser exceção e transforma-se numa vantagem competitiva.
Os retalhistas fazem um trabalho muitas vezes invisível, logo a montante das suas operações, no momento da escolha dos fornecedores, dos produtos ou das suas embalagens de marca própria, por exemplo. Quando colocamos nas prateleiras um peixe com selo MSC, estamos a contribuir para proteger os ecossistemas marinhos e assegurar a pesca para as próximas gerações. Quando se produz (e quando um cliente consome) um produto com embalagem reciclada ou de origem responsável, estamos a apoiar uma cadeia de fornecimento que reduz emissões, protege a biodiversidade e valoriza recursos locais.
No Lidl, sustentabilidade é ação: desde 2019 já reduzimos em 55 % as emissões operacionais em Portugal, e temos como meta reduzir 30 % do plástico e 20 % do sal e açúcar nos produtos até 2025, entre outros objetivos. Este caminho não é apenas ambiental e socialmente responsável, mas também é economicamente viável.
A comunicação direcionada aos consumidores, seja nos rótulos dos produtos de marca própria, em loja, ou nos nossos canais de comunicação, tem também um papel muito importante. É essencial ajudarmos a descomplicar e a tornar tangível o que muitas vezes parece abstrato.
Sustentabilidade é também simplificar o acesso a produtos mais responsáveis, sem aumentar o custo final. Se todas as empresas incorporassem práticas sustentáveis, desde a produção de matérias-primas, à logística, ao design da embalagem e até ao fim de vida do produto, não haveria esse diferencial de preço. Seria simplesmente o modo normal de operar. É nesse ponto que o Lidl se posiciona: ao democratizar a sustentabilidade, transforma-a numa proposta real de valor.
A nova campanha internacional “O Lidl vale mesmo a pena”, assenta exatamente nisto: vale a pena para quem quer poupar, para quem quer qualidade, e para quem quer fazer parte de um futuro mais sustentável, sem ter de escolher entre consciência e conveniência.
Porque com boas práticas, acesso à informação e envolvendo todos, ganhamos todos: nós, os outros e o ambiente. E isso vale, ou não vale a pena?
Vanessa Romeu, diretora de Corporate Affairs do Lidl Portugal

