Nos bastidores do mundo empresarial, assiste-se hoje a uma inversão silenciosa mas significativa: depois de anos de avanço, os compromissos com a sustentabilidade e com a diversidade, equidade e inclusão (DEI) estão a ser postos à prova. Grandes empresas multinacionais começam a abrandar os seus objetivos ESG (sigla inglesa para “Environmental, Social and Governance”, que em Portugal traduzimos para “Ambiente, Social e Governação”), abandonam alianças climáticas e ajustam metas que outrora pareciam inegociáveis. Ao mesmo tempo, iniciativas DEI são desafiadas por contextos políticos voláteis e movimentos sociais polarizadores. Começamos com um fenómeno marcadamente norte-americano, mas que se tem estendido a outros países.
As razões são diversas: pressões externas, receios reputacionais e um mercado financeiro cada vez mais imediatista. Bancos globais recuam em compromissos Net-Zero e empresas tecnológicas e industriais enfrentam uma crescente resistência a programas de inclusão. Para muitas organizações, a sustentabilidade deixou de ser uma prioridade estratégica para se tornar um risco reputacional a gerir com cautela.
Mas é precisamente neste contexto que a coerência se torna diferenciadora. Na Natixis em Portugal e na sua casa-mãe, o Groupe BPCE, o compromisso com a sustentabilidade é um dos marcadores-chave do plano estratégico Vision 2030, mostrando-se transversal a todas as linhas de negócio e estruturas, com visibilidade para colaboradores, clientes e sociedade.
Na Natixis em Portugal, a estratégia ESG integra metas claras: reduzir a pegada ecológica, reforçar a eficiência energética, apoiar a mobilidade verde e fomentar relações de proximidade com a comunidade e os stakeholders locais. Projetos como o novo espaço de trabalho Natixis Solar System, com 97 % de adesão a práticas sustentáveis de construção e 80 % de reutilização de mobiliário, demonstram que é possível transformar espaços com critérios ambientais exigentes, sem comprometer a funcionalidade, o bem-estar e até a criatividade.
No eixo social, a aposta é igualmente consistente. Com 40 nacionalidades representadas e um ecossistema que cruza tecnologia, banca e um enorme foco na atração e retenção de talento, a empresa implementou uma estratégia DEI que vai muito além de boas intenções. Está em curso um plano de ação que mobiliza lideranças, incentiva formação para a inclusão, promove o recrutamento diverso e inclusivo, estimula a equidade de género na área tecnológica e acompanha tudo com indicadores e metas mensuráveis.
Os projetos falam por si: com uma meta clara para aumentar a representação feminina nas áreas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), multiplicam-se os programas de mentoria interna e externa, com partilha de modelos femininos inspiradores e ações de sensibilização junto de escolas, através do programa Champion For Change.
As iniciativas em torno da inclusão de Pessoas com Deficiência envolvem não só o recrutamento, mas também a adaptação de espaços, benefícios e formação de equipas para um ambiente mais informado, acessível e seguro.
As práticas de escuta ativa, como o questionário bianual DEI e a criação de dashboards de acompanhamento de indicadores de performance DEI refletem um compromisso com a melhoria contínua e com a aculturação interna para estas temáticas.
Na Natixis em Portugal, em parte por fazermos parte de um dos maiores grupos bancários internacionais – o Groupe BPCE -, a nossa estratégia é uma prioridade diária exigente, em que a sustentabilidade representa um pilar identitária e não uma resposta à tendência do momento. Através de uma cultura organizacional que valoriza a diversidade, a escuta ativa e a ação concreta, a empresa assume o seu papel na construção de um futuro mais justo, inclusivo e sustentável. Porque é nos momentos de maior pressão que se distingue quem mantém as suas convicções.
Nádia Leal Cruz, Head of Communication & Sustainability da Natixis em Portugal

